O Plano Real foi implantado em etapas ao longo de 1993 e 1994. As mudanças propostas pela equipe de FHC rompiam com as medidas adotadas em outros governos e o plano gerou desconfianças, sobretudo politicamente. Foi necessário garantir o apoio do Congresso para que as principais medidas do plano fossem implantadas.
Houve resistência de partidos, como o Partido dos Trabalhadores (PT), que acreditava que as medidas determinadas no Plano Real prejudicariam os trabalhadores. Críticas foram feitas por conta dos aumentos de impostos propostos pelo plano, do uso de uma moeda virtual que fez a transição do cruzeiro real para o real etc.
O plano foi implantado em três etapas previstas pelo próprio FHC. A primeira fase foi o momento de estabilização das contas públicas, a segunda fase o lançamento da Unidade Real de Valor (URV) e a terceira fase foi o momento do lançamento efetivo do real. Quando o plano foi aplicado, porém, os resultados foram rápidos. No final de 1994, a inflação mensal já era de 1%, diferentemente de junho que tinha sido de quase 50%.
Quais foram as principais medidas do Plano Real?
Como mencionado, o Plano Real foi dividido por FHC e sua equipe em três fases que, progressivamente, realizaram as medidas necessárias. A primeira mudança proposta visava a equilibrar as contas públicas, assim, o governo traçou metas para reduzir os gastos públicos e estabeleceram as privatizações como meta aumentar a receita do Estado e reduzir os gastos.
O governo também impôs uma série de aumentos em impostos (5% nos impostos federais) e promoveu uma reforma no orçamento da União, fazendo com que determinados tributos ficassem desvinculados de destinações estipuladas pela Constituição de 1988. Com essa medida aprovada em Congresso, o governo ficou com a possibilidade de manejar livremente 20% dos recursos destinados a áreas como educação e saúde, por exemplo.
O Plano Real também promoveu a desindexação da economia, isto é, preços e valores não teriam reajuste diário baseado na inflação, uma vez que esse reajuste contínuo era uma das causas da hiperinflação brasileira. A proposta do governo foi desindexar a economia da inflação e indexá-la ao dólar, uma moeda estável.
Foi incentivada a abertura econômica do país para que a área de serviços pudesse crescer e a indústria nacional pudesse modernizar-se. A ideia era fazer com que não faltassem mercadorias no mercado com a estabilização da economia e evitar que os preços subissem novamente. Com isso, uma das medidas tomadas foi a redução das tarifas de importação, visando, sobretudo, a que a indústria pudesse modernizar-se. Aconteceram também reformas bancárias, fazendo com que os bancos tivessem uma redução no acesso ao crédito.
Por fim, as mudanças mais importantes e que ficaram marcadas foi a mudança de moeda proposta pela equipe econômica do governo de Itamar Franco. Em março de 1994 foi criado a Unidade Real de Valor (URV), que faria a transição para o Real, ainda em 1994. O URV foi uma unidade de conta que, entre março e julho de 1994, estipulava os valores referenciais para a conversão do cruzeiro real para o real. Esses valores eram estipulados pelo próprio governo.
O real foi efetivamente lançado em 1º de julho de 1994 e estipulou-se que 1 real equivaleria a 1 URV que, por sua vez, equivalia a 2750 cruzeiros reais. Como citado, a sustentação da nova moeda aconteceu indexando-a ao dólar, o que garantia sua estabilidade e segurança. Para isso, o governo precisou aumentar as reservas cambiais e atraiu dólares para o país, uma vez que era necessário ter estoque de dólar para dar lastro ao real.
O real mostrou-se uma moeda estável, uma vez que se sustentava na variação cambial do dólar. Como citado, o real e todo o plano que o sustentou conseguiu baixar a inflação do Brasil e, em julho ela esteve abaixo de 10% e no final de 1994 ela já em 1% por mês|2|.
Consequências
Economicamente falando, entre pontos positivos e negativos do Plano Real, podemos destacar:
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